Aos quatro anos, pequeno Dudu perde a luta contra doença rara em Araraquara

30/06/2015 09:02:00

'No fundo, a gente sabe que ele descansou; agora ele está bem', diz família

Deivide Leme/Tribuna ARARAQUARA - 22.MAI.2014
pequeno Dudu faleceu na madrugada de domingo (28), na Casa de Saúde de São Carlos (Deivide Leme/Tribuna Araraquara - 22.MAI.2014)

Uma batalha iniciada logo nos primeiros minutos de vida. Uma luta diária para vencer uma doença rara e os pensamentos mais pessimistas. Assim foram os quatro anos da vida do pequeno Eduardo Henrique Rodrigues Sgobe, o Dudu, que após dois meses internado na Casa de Saúde de São Carlos não resistiu a complicações de uma pneumonia e morreu na madrugada de anteontem (28).

Eduardo nasceu prematuro, com 34 semanas, e com uma doença rara chamada Síndrome de Vacterl, ou Síndrome de Vater, uma associação de malformações congênitas. A doença é caracterizada por defeitos vertebrais e cardíacos, atresia anal, fístula traqueoesofágica, anomalias renais e dos membros, e só foi descoberta quando o pequeno Dudu nasceu.

Com apenas 2 anos, a criança precisou enfrentar uma nova barreira: um Acidente Vascular Cerebral (AVC) impediu a tímida evolução que ele conquistava a cada dia. No entanto, a morte de Dudu não foi decorrência da síndrome e dos problemas que enfrentava. Uma pneumonia e infecções hospitalares enfraqueceram ainda mais a saúde, já debilitada.

“Ele estava evoluindo bem, respirava sozinho. Ele utilizava o respirador uma vez por dia por conta da fisioterapia. Quase não era internado”, explica a mãe de Eduardo, Patrícia Rodrigues do Santos, de 33 anos.

Após 11 cirurgias, parte das deformações foram corrigidas e a evolução da criança seguia dentro de suas limitações, mas era considerada satisfatória pelos médicos. “A gente esperava um milagre. Ele é um milagre de Deus. Os médicos não sabem como ele suportou”, diz Patrícia.

Despedida
Foi por volta da 1h48 da madrugada de domingo que a família recebeu a ligação do hospital comunicando a morte de Dudu. Algo ainda inexplicável para Patrícia. “Mesmo internado há dois meses, ele estava se recuperando na última semana e se preparava para ter alta. Mas, nos últimos três dias, ele piorou, estava com febre, que variava entre 38ºC e 39ºC, e alta frequência cardíaca, com 177 batimentos por minuto. E ninguém no hospital soube dizer o que aconteceu”, afirma.

Campanhas
Uma corrente de solidariedade ganhou as redes sociais assim que a história do pequeno Dudu foi publicada pela ‘Tribuna’, em maio do ano passado. Campanhas para arrecadar dinheiro, fraldas e leite foram organizadas por internautas e amigos da família.

No Facebook, uma página denominada “Ajude o Dudu” com mais de 2,6 mil membros relatava o dia a dia da criança e os obstáculos que ele enfrentava. Segundo Patrícia, assim que a morte do filho foi publicada na página, a notícia teve mais de dez mil acessos.

“Foram muitas pessoas comovidas, muitas pessoas que gostavam dele, oravam por ele. Eu agradeço a todos. O Dudu conseguiu uma legião de amigos. Muita gente apoiou e eu só tenho a agradecer cada palavra, cada mensagem”, finaliza. (colaborou Milton Filho)  



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