Postes iluminam claridade do dia ou deixam moradores no escuro

28/01/2015 10:32:00

Pelo menos seis postes de cinco ruas da cidade ficam ligados durante o dia, enquanto dezenas permanecem apagados à noite

 

Deivide Leme
Tais reclama de gasto de energia com iluminação pública que permanece ligada durante o dia: “É um desperdício” (Deivide Leme/ Tribuna Araraquara)

A iluminação pública de Araraquara continua sob os holofotes. O serviço, que está temporariamente dividido entre a Prefeitura e a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), deixa os moradores e comerciantes incomodados com a desregulação dos postes de luz, que permanecem acesos durante o dia e, outros, apagados à noite.

No escuro, a dona de casa Fabiana Ferrari, 32, lembra de quando quase foi vítima de um assalto por conta da falta de iluminação na rua Américo Brasiliense, onde mora. Para evitar situações de risco, Fabiana colocou, por conta, uma luminária no portão de sua casa.

“Esse poste está assim desde dezembro. Já liguei para a CPFL e, também, na Prefeitura e ninguém resolve, sempre jogam um para o outro. Além de quase ser assaltada, tem um ponto de ônibus bem aqui na frente, onde também tem uma construção. É muito descaso, um perigo para todos”, diz.

A dona de casa conta que a movimentação no local é fraca e usuários de drogas também se aproveitam da escuridão do lugar.

Assim como na rua onde mora Fabiana, dezenas de postes permanecem apagados durante a noite, em Araraquara. Isso é o que foi visto pela reportagem da Tribuna na noite de ontem. Entre as ruas ‘premiadas’, Carlos Gomes, Voluntários da Pátria, Ângelo Salata e Sílvio de Jorge e as avenidas Dom Pedro II, Altino Corrêa de Almeida Moraes e Edmundo Lupo são pontos escuros da cidade.

EM PLENA LUZ DO DIA

Na contramão, as luzes acesas durante o dia também são motivos de reclamações de moradores e comerciantes, que denunciam o desperdício de energia. A auxiliar administrativa Tais Gonçalves, 24, é uma dos araraquarenses que pede respostas.

“Quando vi a luz do poste acesa de manhã, achei que era por causa do tempo e que apagaria quando o sol ficasse mais forte. Agora que estamos em meio a uma crise de água e eletricidade e, a responsabilidade passou a ser da Prefeitura, eles teriam que ser os primeiros a economizar”.

Segundo Tais, a empresa onde trabalha, localizada na rua Maurício Galli, foi prejudicada pela corte de energia da última semana, na segunda-feira. “As taxas estão sempre aumentando, e nós que tivemos que arcar com o prejuízo de um dia sem trabalho por falta de luz. Não é de nossa responsabilidade ficar reclamando, teria que ter uma manutenção”, diz.

Assim como a auxiliar, o comerciante Pedro Roberto Caldeira, 42, que mantém um ponto há 12 anos na alameda Paulista, em Araraquara, também convive com a iluminação pública desregulada.

“Não reparei quando começou a ficar aceso durante o dia, mas acho que é um consumo totalmente inútil. O pagamento dessa luz acesa sai do nosso bolso e é um gasto totalmente desnecessário.”

Além destes dois pontos, a checagem feita pela Tribuna encontrou mais dois postes acesos de dia na Maurício Galli, um na avenida Luiza Helena de Barros, outro na avenida Pedro Galeazi e mais um na avenida Padre José de Anchieta.

RESPONSABILIDADE

A decisão de atribuir a responsabilidade da iluminação pública aos municípios brasileiros começou a vigorar desde o último dia de 2014. Entretanto, a transferência dos ativos de iluminação pública da CPFL para a Prefeitura de Araraquara ainda não está completamente atribuída.

Em nota, a CPFL informou que assumiu manter os serviços até que o contrato com outra distribuidora seja assinado, mas que desde o último dia 31, “a administração municipal de Araraquara passou a responder pela operação da iluminação pública, bem como pela sua manutenção”.

Na noite de ontem, 2.998 clientes da região central e do Estádio de Gigantão ficaram sem energia durante 40 minutos. A CPFL informou que os danos foram causados pelas recentes chuvas que atingiram a cidade. (colaborou Gabrielle Chagas)



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