Uso de recurso eletrônico é aprovado, mas ressalvas à alteração imposta pela CBF são feitas
Após os constantes erros de arbitragens nas últimas rodadas, incluindo o gol de braço de Jô, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, ordenou à comissão de arbitragem que seja antecipado o uso do recurso de árbitro de vídeo no Brasileirão.
Anteriormente, por economia, a confederação vinha protelando a implantação do sistema, que provavelmente ficaria para 2018.
A comissão de arbitragem agora corre contra o tempo para deixar toda a estrutura preparada a tempo do início da 25ª rodada, neste fim de semana. A Cidade foi a campo para saber o que alguns personagens do futebol pensam a respeito dos problemas e polêmicas que assolam o futebol brasileiro. O instrutor de árbitros da FPF (Federação Paulista de Futebol) e da CBF, Gilberto Corrale, concorda com a tecnologia, mas diz que esse trabalho precisa de ajustes. Resta saber se o tiro não irá sair pela culatra, já que os árbitros não foram treinados ainda.
“Esse trabalho de vídeo está em fase de testes, é uma coisa que ainda não foi solucionada, de qualquer forma, não tem jeito, a tecnologia está chegando. A cada erro que ocorre ouvimos muitas bobagens, teorias da conspiração, enfim, a tecnologia vai ser implantada para minimizar essas conversas”, disse Corrale.
Aposentado dos gramados desde 2008, o ex-árbitro Evandro Silveira se mostrou favorável a este avanço. O ribeirão-pretano criticou a CBF pela demora na implementação do árbitro de vídeo. “Era para ter começado na primeira rodada [do Brasileirão], a tecnologia contribui com o trabalho do árbitro, o futebol ficou muito dinâmico, bem utilizado, esse recurso [o vídeo] vai minimizar os erros”, analisou.
Na avaliação de Evandro, o uso do árbitro de vídeo não vai interferir na essência do futebol. “Isso não vai afetar a graça do futebol, o resultado precisa ser legítimo, em muitas ocasiões um erro acaba mudando o destino do campeonato”, declarou. A decisão de utilizar o árbitro de vídeo a partir da próxima rodada do Brasileirão está dentro do que diz o Regulamento Geral de Competições, nos artigos 75, 76 e 77.
Não há, porém, a obrigatoriedade do uso em todos os jogos, nem dentro da mesma rodada. Serão observadas “condições técnicas e materiais”.
“Sou favorável que seja utilizado em todos os jogos da rodada, o árbitro que vai fazer o trabalho na cabine tem que estar preparado para intervir. É preciso saber a maneira certa de falar para que não seja criada outra polêmica”, finalizou Corrale.