Estádio Santa Cruz, do Botafogo de Ribeirão Preto (foto: Milena Aurea / A Cidade)

Acabou a angústia do botafoguense. O pesadelo que atormentou o torcedor tricolor por quase duas décadas e o fez temer, entre outros prejuízos, pelo leilão do estádio Santa Cruz chegou ao fim. Na tarde de ontem, o clube formalizou um acordo com representantes do antigo Banco Axial para sanar a dívida de R$ 105 milhões que havia colocado em xeque a casa do Botafogo. Assim, o clube se livrou do risco de perder o seu maior patrimônio.

“Já acertamos tudo, fizemos a composição do acordo e encaminhamos ao juiz. O processo vai subir amanhã [hoje] ou sexta-feira. Desta forma não existe a necessidade da audiência”, explicou Adalberto Griffo, advogado do Botafogo que cuida do caso.

Terreno é cedido

Após semanas de negociações, o departamento jurídico do Botafogo conseguiu reduzir a dívida de R$ 105 milhões para R$ 47 milhões. Para equacionar a pendência com a Axial Participações, que investiu no clube para a montagem do elenco que jogou o Brasileirão de 1999 - e foi rebaixado -, o Tricolor decidiu ceder o terreno anexo ao estádio Santa Cruz, avaliado no valor da dívida, com quase 33 mil metros quadrados, e localizado na Avenida Costábile Romano. O processo já foi protocolado, aguardando agora o deferimento do juiz responsável.

Assim, restando pouco mais de um ano para o centenário do clube, a torcida do Botafogo já tem um bom motivo para comemorar. “Nós tiramos um peso enorme das costas, agora começamos do zero. É um enorme alívio para todos nós”, declarou Griffo. “O acordo foi feito entre as partes, agora é necessário aguardar a decisão da Justiça, que esperamos que seja positiva”, completou o ex-presidente Miguel Mauad. 

‘É um presente do centenário’

Visivelmente aliviado, o presidente Gerson Engracia Garcia comemorou o acordo com os representantes do antigo Banco Axial. “É um presente antecipado do centenário, conseguir salvar o estádio é motivo de muito orgulho para todos nós”, disse o presidente do Pantera.

Além da apropriação do terreno, empresas ligadas ao antigo parceiro botafoguense vão estampar suas marcas na camisa tricolor - o clube também confirmou que vai ceder dois camarotes para o antigo credor. “Eles vão estampar o logotipo na nossa camisa em cinco jogos e poderão fazer publicidade nas placas do estádio, desde que não coincida com os interesses da CBF”, explicou Griffo.