Triste realidade do futebol feminino em Ribeirão, Araraquara e Franca

23/04/2017 16:52:00

Após Olimpíada do Rio, 'guerreiras' da bola retornam ao anonimato e sofrem com falta de estrutura e incentivo

Milena Aurea / A Cidade
Elenco tricolor conta com 14 chinesas no Campeonato Paulista feminino deste ano, o Paulistana (Foto: Milena Aurea / A Cidade)

 

Passado os Jogos Olímpicos Rio-2016, onde a Seleção Brasileira feminina, mesmo sem ter conseguido medalha, conquistou a torcida brasileira e deixou homens e mulheres orgulhosos, fica o questionamento: porque o País do futebol não investe em suas jogadoras? Na região de Ribeirão Preto, três clubes tradicionais contam com equipes femininas nesta temporada. Botafogo, Ferroviária e Francana tentam mostrar trabalho na tentativa de profissionalizar a modalidade, que até os dias de hoje é tratada como amadora.

Do trio, o clube que vem investindo no futebol feminino há mais tempo é a Ferroviária, de Araraquara - desde 2001 disputando competições importantes. A coordenadora de futebol das Guerreiras Grenás, Lorena Marche, conhece bem as dificuldades de mulheres que decidem apostar no futebol. “A maior parte dos clubes não tem categorias de base, as garotas chegam ao profissional com um déficit de técnica.

Além disso precisamos de mais incentivo na estrutura física, locais de treino, alimentação”, analisou.

Com as despesas custeadas pela Secretaria Municipal de Esportes de Franca, a Francana aposta na formação de jogadoras. “Ainda vejo um interesse pequeno por parte do público”, disse o presidente da Veterana, Anderson Pereira Silva.

‘Made in China’, Botafogo aposta em intercâmbio

No Botafogo, o grupo de meninas conta com 14 chinesas. Elas fazem parte do programa de intercâmbio Botafogo Academy - outras 14 brasileiras conquistaram vaga após passar por avaliação técnica. Nesta temporada, o Tricolor voltou a participar do Campeonato Paulista, o Paulistana, depois de quatro anos.

A criação do time de futebol feminino é uma das exigências que foi feita aos clubes que aderiram ao Profut, programa do governo para clubes prolongarem o prazo para quitar dívidas fiscais. “A principal barreira é a falta de incentivo, só se olha para o futebol feminino em época de Olimpíada e Mundial. É preciso oferecer um calendário cheio para as meninas e uma condição digna para viver”, disse o técnico do Botafogo, Thiago Koslovski.

As meninas do Pantera voltam a campo hoje diante do Rio Branco, às 15h, no CT Manoel Leão, em Ribeirão Preto, pelo Paulistana. A entrada é gratuita.



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