Em Chapecó, empresário vive drama ao lado dos familiares

02/12/2016 08:33:00

Fabrício Zanello está em Santa Catarina: 'É muito doloroso, são vários familiares aqui, tanta gente chorando'

Arquivo pessoal
Agente Fabrício Zanello entre o atacante Ailton Canela e o lateral-direito Gimenez (Foto: Arquivo pessoal)

 

A cidade pacata foi tomada por uma onda verde. Mas junto com o verde, a cor preta que representa o luto.

Empresário do lateral-direito ribeirão-pretano Gimenez e do atacante matonense Ailton Canela, Fabrício Zanello desembarcou em Chapecó no início da tarde desta quinta-feira (1º).

Incrédulo com a tragédia ocorrida com o voo da Chapecoense, o representante dos atletas descreveu ao A Cidade o cenário que encontrou na Arena Condá.

“É muito doloroso, são vários familiares aqui no estádio, tem tanta gente chorando... É uma coisa de outro planeta, tem vários psicólogos trabalhando, as pessoas estão há dias sem dormir, mas com a chegada dos corpos nós teremos o pico da tristeza”, contou Zanello. Por telefone, o empresário atendeu a reportagem quando estava dentro do vestiário da Arena Condá, sentado em frente ao armário que era utilizado por Gimenez. Zanello se emocionou ao relembrar os momentos.

“Tive a oportunidade de conviver com o Gimenez desde os sete anos. É muito triste, mas estou aqui para oferecer todo o apoio à família, é o que nos resta [choro]”, contou o empresário.
Na Udinese ou no Betis

Zanello lembrou que Gimenez tinha grandes chances de realizar o seu maior sonho em 2017: jogar no futebol da Europa. De acordo com o empresário, a Udinese, da Itália, e o Betis, da Espanha, já haviam manifestado o interesse no jogador.

“Com certeza ele seria transferido para a Europa. Era o maior sonho do Gimenez. Ele sempre me pedia isso, já havia algumas sondagens”, contou Zanello.

Arquivo pessoal
Fabrício Zanello acompanhou a carreira de Gimenez (Foto: Arquivo pessoal)

 

Zanello critica ação de piloto do voo 2933

O sentimento de consternação do empresário Fabrício Zanello deu lugar à revolta ao falar sobre o piloto Miguel Quiroga. Entre as vítimas fatais, o boliviano não teria cumprido os regulamentos internacionais de planejamento de voo e não observou corretamente a quantidade de combustível necessária para completar a viagem.

“Ele [Miguel Quiroga] agiu com extrema negligência! Se ele tivesse comunicado a torre que o avião estava em pane seca teria prioridade para pousar, mas ele ficou lá sobrevoando com pouco combustível. Foi uma irresponsabilidade enorme, ele acabou com 71 famílias”, criticou Zanello.

Quiroga será enterrado na cidade de Cobija, na Bolívia, de onde era a família dele. O piloto era um dos dois sócios da microcompanhia aérea Lamia, que tinha apenas 15 funcionários - entre parentes e amigos. Depois do trágico acidente, restaram apenas oito. 



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