Jogadores do Olé garantem que não voltam a jogar de graça

03/09/2015 14:46:00

Mastrangelo Reino / A Cidade
Olé Brasil formou um elenco com jogadores de Ribeirão Preto, do Amadorzão e dos clubes recreativos (Foto: Mastrangelo Reino / A Cidade)

Sentir o prazer de jogar futebol novamente nos estádios da região, encarar treinos e viagens, foi muito válido. Mas, atuar sem receber salários, nunca mais. Este é o pensamento dos principais jogadores que defenderam o Olé Brasil na Segunda Divisão do Paulista deste ano. Antes de o campeonato começar, o elenco inteiro aceitou jogar pelo clube de Ribeirão Preto de maneira voluntária, de graça, em troca da oportunidade de aparecer para o mercado do futebol. Algo que, na avaliação deles, não irá mais se repetir.

“Dei um passo atrás na parte financeira para dar dois à frente no lado profissional”, comentou o meia Jeffinho, que neste ano se tornou o atleta que mais vestiu a camisa do Olé na história, com 28 jogos. Ele aceitou jogar sem salários para provar que está recuperado de lesões sofridas nos dois joelhos após um acidente de carro em 2012, quando seria titular do Comercial na Copa Paulista.

O caso de Jeffinho é parecido com o do goleiro Vinícius, que mostrou ao mundo da bola estar recuperado de uma cirurgia no ombro. Assim, virou o capitão do técnico Ivair Santos na Segundona. “Serviu de aprendizado para dar valor nas coisas. Se você ama o que faz e está disposto a fazer o seu melhor, vai superar as adversidades. Foi a primeira vez que eu realmente senti o que é passar por falta de estrutura e isso me fez dar valor a cada coisa que eu ainda vou conquistar”, declarou. Na avaliação do meia Thiaguinho, o Olé acabou abrindo portas em outros clubes. “Consegui algumas sondagens, mas agora é ter paciência. Não é algo que quero de novo [jogar de graça]”, comentou.

Cadu: DVD atualizado

de graça outra vez. “Foi a opção que surgiu e pude atualizar o meu DVD profissional. Não jogo futebol por dinheiro, jogo porque é a minha vida. É um caminho que repetiria”, disse.

Olé pretende mudar filosofia

Apesar da “inovação” de disputar um campeonato profissional sem pagar salários para os atletas, a diretoria do Olé Brasil não pretende seguir com o modelo adotado neste ano.

Segundo o diretor do clube, José Paulo Alvim, os dirigentes do Pinguim devem se reunir até o final do ano para traçar o planejamento de 2016 com a mudança de filosofia para a próxima edição da Segunda Divisão Paulista.

“Esse ano foi um momento de transição e tivemos essa situação atípica por uma imposição da FPF, que nos obrigava a disputar um campeonato profissional. Como não tivemos tempo hábil, foi uma medida que será descartada em 2016. O nosso plano é fazer uma gestão profissional, aproveitando o sub-20”.

 



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