Após o término da fase de Grupos da Copa do Mundo com grandes surpresas, chegou a hora da verdade, com o início das quartas de final hoje. Pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e da USP (Universidade de São Paulo) usam técnicas da estatística para levantar as probabilidades de cada seleção avançar para as fases finais do torneio.

Torcida brasileira tem feito a festa nas arquibancadas (F.L. Piton/Jornal A Cidade)

Na Copa passada, o grupo acertou a previsão: Espanha estaria na final com a Holanda e seria campeã. Para este Mundial, a previsão é para Brasil e Argentina na final e com a seleção brasileira com a taça.

“Esperamos que esta iniciativa sirva para ilustrar o potencial que a estatística tem para lidar com problemas nas mais diversas áreas do conhecimento, e que seja um incentivo para que estudantes se interessem pelo curso de Estatística”, explica Luís Ernesto Bueno Salasar, professor do Departamento de Estatística da UFSCar e um dos coordenadores do grupo.

Intitulado Previsão Esportiva e disponível em www.previsaoesportiva.com.br/copa, o site foi criado pelo Grupo de Modelagem Estatística no Esporte, vinculado ao Centro de Estudos do Risco da UFSCar e ao ICMC (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação) da USP. De um ponto de vista probabilístico, no qual as incertezas associadas são mensuradas de forma coerente, o modelo adotado considera informações subjetivas obtidas por meio de um consenso entre experts, informações objetivas como o ranking da Fifa e os placares observados durante a competição.

Segundo Salasar, é utilizado um modelo estatístico que agrupa informações contidas em sites de apostas e dados técnicos dos times envolvidos para estimar as chances de cada uma das equipes avançar na disputa. O projeto também conta com a participação dos professores da USP São Carlos Adriano Kamimura e Francisco Louzada, além do docente Danilo Lopes, também da Estatística da UFSCar.

Após o término da fase de grupos, Salasar avalia positivamente o desempenho da equipe de estatísticos e a recepção do público. “A avaliação é bastante positiva. Até agora, nossas previsões têm se concretizado na maior parte dos casos, exceto no caso das zebras, principalmente as saídas prematuras das equipes da Espanha e Itália e a classificação da Costa Rica para as oitavas de final”, analisa o docente.