Mãe e filho franceses confiam no técnico Didier Deschamps

14/07/2018 11:37:00

Didier Deschamps juntou a França e conseguiu que os jogadores se unissem de verdade", disse Dominique Rouffy

França: Mãe e filho, Dominique e Philippe confiam que o jogo coletivo francês será um diferencial na decisão da Copa contra a Croácia (Foto: Weber Sian / A Cidade)
Mbappé, Griezmann, Pogba e Kanté são apenas alguns dos jogadores apontados como grandes estrelas da atual seleção francesa na Copa do Mundo da Rússia.  

Mas, para uma família francesa que mora em Ribeirão Preto, um dos principais responsáveis pela campanha que levou os "Bleus" à decisão do torneio é o técnico Didier Deschamps.  

Com craques jogando nos principais clubes do mundo, a seleção contava com talentos individuais, mas que dentro de campo não correspondiam. Por exemplo: na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, chegou a ter boicote a treino, briga do lateral-esquerdo Evra com membro da comissão técnica, ofensas ao técnico Raymond Domenech e uma seleção eliminada precocemente na 1ª fase.  

"Na Copa do Brasil, há quatro anos, foi plantada uma semente e o time já tinha uma lógica, que não foi vista na Copa da África do Sul. A escolha por Ribeirão Preto já foi uma estratégia para amenizar toda a bagunça que foi vista antes. Afinal, aqui eles tiveram mais concentração", afirmou Dominique Rouffy, professora de francês e diretora de cursos da Aliança Francesa.  

O trabalho de Deschamps não parou por aí. Após a Copa do Brasil, o treinador se viu obrigado a abrir mão de nomes importantes. Benzema se envolveu em episódio de chantagem a Valbuena, outro jogador da seleção francesa.   

E pouco tempo antes do início do Mundial da Rússia, Rabiot, companheiro de Neymar no PSG, recusou-se a ficar na lista de suplentes da seleção.  

"Deschamps criou uma equipe e não focou apenas nas individualidades, mesmo tendo o grande destaque do Mbappé. Ele tirou algumas estrelas, como o Benzema e o Rabiot, por exemplo, que poderiam dar algum trabalho e atrapalhar o time. Fez uma equipe coesa e que acredito que ganhe a final", salientou Philippe Rouffy Muniz, 18, filho franco-brasileiro de Dominique. 

Ligada na seleção francesa  

A professora Dominique teve papel importante durante a passagem da seleção francesa por Ribeirão Preto, há quatro anos, na preparação para a Copa do Mundo no Brasil.  

"Profissionalmente, foi fantástico. Fazer a tradução das entrevistas dos jogadores e do Didier Deschamps e ter a oportunidade de estreitar os laços com os meus conterrâneos foi muito bacana. Todos os franceses que vieram para Ribeirão gostaram muito do acolhimento do povo", disse a francesa.  

Torcedora fanática da seleção, Dominique viveu uma situação inusitada no dia em que a França conquistou o 1º título mundial, em 1998, contra o Brasil.  

"O Philippe estava na minha barriga quando embarquei de Ribeirão para Paris. Durante o voo, o piloto disse que tinha uma péssima notícia: de que o Brasil tinha perdido a Copa para a França. As pessoas começaram a chorar e eu estava saltitante. Quando chegamos em Guarulhos vimos todo mundo morrendo de chorar e eu fiquei com alguns franceses fazendo a maior festa. Fiquei aliviada porque não me jogaram para fora do avião", brincou.
 
Em final inédita, França e Croácia disputam o título da Copa da Rússia 

França e Croácia fazem neste domingo (15), às 12h, a 18ª final diferente de Copa do Mundo. As seleções europeias se enfrentam no estádio Lujniki, em Moscou, com retrospectos bem distintos.  

Enquanto os franceses chegam à terceira decisão com poucos obstáculos, a Croácia disputará a primeira final na sequência de uma campanha conturbada.  

Desligamento de jogador, protesto da torcida russa, prorrogações e disputas de pênaltis fizeram parte da trajetória vitoriosa. Atrás de seu segundo título mundial, a França chega à decisão embalada por um momento de alta.  

A renovação começou a render frutos na Copa do Brasil, há quatro anos, e alcança agora seu momento mais importante personificada em Mbappé e Pogba. O comando dos "Bleus" não é uma novidade. Didier Deschamps foi o capitão da seleção francesa na final vencida contra o Brasil, em 1998.  

A partida terminou 3 a 0 e começou a consagrar Zinedine Zidane para o mundo do futebol. A Croácia já alcançou a melhor campanha -anteriormente, o 4º lugar de 1988 era o destaque. E para o título inédito, se apoia em jogadores de brilho no futebol europeu, como os meias Rakitic (Barcelona) e Modric (Real Madrid).



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